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“Se morrer vai morrer atirando”, afirma presidente comunitária do Jardim Paulista

A frase veio ao final da manifestação que busca atenção ao problema de mais de uma centena de famílias ameaçadas de despejo 


Por Aristides Barros


Moradores revoltados

Moradores da Vila Tupi, na área do Jardim Paulista, fizeram uma manifestação na noite desta terça-feira (24), na avenida Anchieta, no Centro de Bertioga, para mostrar a situação dramática de cerca de 150 famílias, ameaçadas de despejo devido uma ação de reintegração de posse.


A ação que já “correu” por todas as instâncias judiciais têm a sentença trânsito em julgado e sua execução vem, literalmente, matando as esperanças em dias melhores de uma parte dos envolvidos no conflito fundiário, a severidade da Justiça e o peso da Lei esmagam brutalmente o pobre.  


O objetivo da manifestação foi o de revelar o medo, pavor e revolta dos que estão vivendo e o ato dificultou o trânsito devido ao ato ter iniciado no horário de pico. Mas não trouxe problemas aos motoristas que mostraram solidariedade aos manifestantes, buzinando seus respectivos veículos.


No olho do furacão e sentindo a dureza da luta, a presidente da Associação dos Moradores do Jardim Paulista, Damiana Rodrigues ao falar com os moradores, já no final da manifestação, disparou. “Se morrer vai morrer atirando”.


Ato foi acompanhado pela GCM

A frase vai na lápide dos sonhos destruídos de inúmeras famílias que já tiveram parte de suas vidas sepultadas no escombros de casas que foram demolidas. Com o povo só a luta é difícil.


Na defesa dos moradores, os advogados tentam reverter a situação e encontram a fria resistência de outro profissional que diz defender os “reais” proprietários da área, que por muitos anos “pertenceu” à pessoas iguais à septuagenária Dona Maria. 


Idosa, 78 anos de idade, que mora na Vila Tupi há 50 anos. “Se eu tiver de sair daqui não tenho pra onde ir, moro com as minhas cinco filhas e elas choram muito por causa de tudo o que está acontecendo com a gente e com todo mundo aqui”. 


Conversas sem soluções



Opinião em letras garrafais

Segundo a presidente da associação, o prefeito de Bertioga Marcelo Vilares tenta conversar com o representante dos proprietários da área de uma forma que favoreça os moradores e evite diminuir o impacto social que um despejo em massa possa causar. “O anterior sequer falava com os moradores, esse ao menos marca reuniões com a gente”, disse Damiana.


As reuniões acontecem e não trazem a solução pretendida. Por falta de pulso firme de alguns políticos locais a situação chegou a esse ponto.


Vale destacar que alguns desses políticos moram há pouco tempo na cidade. Se comparados aos que vivem na Vila Tupi anos antes de Bertioga emancipada pode se afirmar que a presença dos “novos” políticos na cidade é tão curta que ainda “fede a leite”.


Mas, eles são espertos e os moradores antigos é que têm de arrumar as malas e ir embora. Pra onde? Ninguém sabe.


Assista o vídeo

 










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