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O cessar-fogo é uma solução distante do sonho de liberdade da Palestina, mas ajuda

É impossível ignorar que o povo palestino ainda enfrenta uma longa e dolorosa jornada em busca de liberdade, segurança e direitos fundamentais


Por Faysa Daoud

Manifestação pró-Palestina / Foto: André Cintra 

O anúncio de um cessar-fogo em Gaza traz um alívio momentâneo diante de meses de dor, medo e destruição. Qualquer pausa na violência é sempre motivo de esperança, mas também um convite à reflexão sobre tudo o que ainda precisa ser reconstruído — não apenas em estruturas, mas em dignidade, confiança e humanidade.


Lamento profundamente pelas vidas perdidas, de todos os lados. Nenhuma causa, nenhuma nação e nenhum governo pode justificar o sofrimento de inocentes. A morte de reféns e civis é sempre uma tragédia. A violência, seja qual for a justificativa, nunca será o melhor caminho para a justiça ou para a paz duradoura.


Ao mesmo tempo, é impossível ignorar que o povo palestino ainda enfrenta uma longa e dolorosa jornada em busca de liberdade, segurança e direitos fundamentais. O cessar-fogo não pode ser entendido como um ponto final, mas como uma oportunidade de recomeço — um chamado à responsabilidade moral e política das lideranças mundiais.


Espero sinceramente que os governos de Israel e dos Estados Unidos, assim como toda a comunidade internacional, se comprometam de forma concreta com a qualidade de vida, a liberdade e a autodeterminação do povo palestino. Que o compromisso não seja apenas com o silêncio das armas, mas com o florescer da vida.


O povo palestino não precisa apenas sobreviver. Ele precisa viver — com dignidade, independência e esperança. Que este cessar-fogo seja o primeiro passo real para uma paz que seja justa, humana e duradoura.


Abaixo segue o mesmo texto em escrita árabe feito pela própria autora. Faysa Daoud é palestina e árdua defensora da liberdade de sua Pátria e de refugiados de qualquer lugar do mundo, que são obrigados a deixar tudo para trás por motivos de sobrevivência. 



Faysa - ativista palestina



إعلان وقف إطلاق النار في غزة يجلب ارتياحًا مؤقتًا بعد شهور من الألم والخوف والدمار. فأي توقف للعنف هو دائمًا سبب للأمل، لكنه أيضًا دعوة للتأمل في كل ما لا يزال بحاجة إلى إعادة بناء — ليس فقط في البنية التحتية، بل في الكرامة والثقة والإنسانية.


أشعر بحزن عميق على الأرواح التي فُقدت من جميع الأطراف. فلا قضية، ولا دولة، ولا حكومة يمكنها تبرير معاناة الأبرياء. إن مقتل الرهائن والمدنيين مأساة في كل الأحوال. والعنف، أياً كانت مبرراته، لن يكون يومًا الطريق الأفضل نحو العدالة أو السلام الدائم.


وفي الوقت ذاته، لا يمكن تجاهل أن الشعب الفلسطيني ما زال يواجه رحلة طويلة ومؤلمة في سعيه نحو الحرية والأمن والحقوق الأساسية. إن وقف إطلاق النار لا ينبغي أن يُفهم كنقطة نهاية، بل كفرصة لبداية جديدة — دعوة للمسؤولية الأخلاقية والسياسية للقادة في العالم.


آمل بصدق أن تلتزم حكومتا إسرائيل والولايات المتحدة، وكذلك المجتمع الدولي بأسره، التزامًا حقيقيًا بتحسين جودة حياة الشعب الفلسطيني وضمان حريته وحقه في تقرير مصيره. وأن لا يكون الالتزام مجرد صمتٍ للأسلحة، بل التزامًا بانبعاث الحياة.


فالشعب الفلسطيني لا يحتاج فقط إلى البقاء على قيد الحياة، بل يحتاج إلى أن يعيش — بكرامة واستقلال وأمل.


ليكن هذا الوقف لإطلاق النار الخطوة الأولى الحقيقية نحو سلامٍ عادل وإنساني ودائم.


فايزة داوود

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