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Prefeitura diz que reabre diálogo com Unipas sobre moradores de rua em tempo oportuno

A resposta que “atrasou” mais de um mês era esperada dias após o diretor da entidade e o prefeito se reunirem para discutir o problema  

Por Aristides Barros


Capelães saem à noite para entregar alimentos

A quebra do silêncio da Prefeitura de Bertioga com a Unipas Capelania Internacional - Seção Baixada Santista teve um fim parcial com a administração afirmando, em nota, que deve voltar a conversar com a Unipas acerca das pessoas em situação de rua quando surgir a oportunidade. A espera pela resposta foi longa. 


O silêncio foi quebrado na quinta-feira (24) depois que o blog Efeito Letal contatou a Comunicação da prefeitura para indagar o prefeito Marcelo Vilares (União). Se ele deve, ou não, dialogar novamente com a entidade sobre possíveis soluções ao problema. A Unipas tem um projeto nesse sentido e pediu ajuda da prefeitura para desenvolvê-lo. 


A reunião que aconteceu no final da primeira quinzena de junho no Gabinete do prefeito teve o apoio da vereadora Renata Barreiro (PL). O capelão Valter Kazuo que é o diretor regional da Unipas abordou as propostas. Há anos ele trabalha na assistência de moradores de rua e defende soluções racionais ao caso.


Segundo Kazuo, o mandatário se mostrou favorável ao proposto pela Unipas. Disse que falaria com outros órgãos da prefeitura que já trabalham com esse tema e depois voltaria a conversar com a entidade. Os dias foram passando e nada de resposta, a administração emudeceu.



Valter Kazuo afrrma que Deus abre as oprtunidades

O Efeito Letal foi ser “Capelão Por Um Dia” junto à Unipas e seus voluntários no trabalho com os moradores de rua. A reportagem presenciou a atitude solidária e humanitária da equipe, que tem pouca estrutura para suas ações e as custeia com dinheiro saído do próprio bolso. A vida é dura.


A força e desprendimento dos capelães provocou reação da reportagem de questionar a prefeitura o motivo da demora em responder à entidade, que, incansável, atua de forma contínua. Porque cada um deles, além da ação social, têm suas próprias vidas que precisam ser cuidadas.  


Informado de que o prefeito respondeu que vai reabrir o diálogo com a Unipas em tempo oportuno, o capelão Valter Kazuo que é pastor evangélico respondeu à altura. “Deus abre todas portas e oportunidades e acredito fielmente que Ele está no coração do prefeito”.  


'Conversa no tempo oportuno', diz a prefeitura
  
Vilares diz que conversar ao abrir a oportunidade
 

Segue na íntegra a resposta da administração. “A Prefeitura de Bertioga reconhece a importância do trabalho realizado pela Unipas Capelania Internacional – Seção Baixada Santista e valoriza o diálogo com entidades que atuam na área social. Após a reunião com o prefeito Marcelo Vilares, as propostas discutidas estão em análise.


A Prefeitura reafirma seu compromisso com as políticas públicas de assistência social e informa que o diálogo com a entidade poderá ser retomado em momento oportuno.


A Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda informa que  realiza abordagens sociais diárias, de segunda a sábado, acompanhando e ofertando serviços da rede socioassistencial à população em situação de rua. Hoje, estima-se entre 80 e 120 pessoas nessa condição no município.


O município mantém um serviço de acolhimento institucional com capacidade para até 42 pessoas, ampliável para 72 em situações de emergência, além de cerca de 30 vagas em serviços de atenção à saúde mental e dependência química, via CAPS e clínicas conveniadas.


A Prefeitura trata o tema com seriedade, promove reuniões periódicas entre as Secretarias e a rede socioassistencial e trabalha continuamente para ampliar ações de proteção e reinserção social”


O que diz a realidade


Câmeras flagraram a ação em Mogi 

O mais perto que a prefeitura chegou de resolver a situação foi “levá-la” para bem longe, o que mostrou como o problema era solucionado: “deslocando-o” para outro município. Isso aconteceu em maio de 2024, um veículo oficial da Prefeitura de Bertioga estaria transportando “moradores de rua” para Mogi das Cruzes, município vizinho. 


A ação foi flagrada por câmeras de vigilância daquela cidade. O episódio gerou atrito intermunicipal com a administração mogiana ameaçando levar o caso à Justiça. O então prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (Podemos), foi às redes sociais para denunciar a “exportação problemática". 


Assista o vídeo








 

 
 

 




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