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Capelães seguem “Operação Inclusão” de assistência aos moradores de rua, em Bertioga

Unipas e voluntários entram noite adentro distribuindo alimentos, orações e palavras de esperança, interessados em ajudar podem entrar em contato pelo (13) 99745-7873

Por Aristides Barros


Cláudia e a neta e voluntária Kemelly preparam os lanches

O Blog Efeito Letal acompanhou o trabalho da Unipas Capelania Internacional para alimentar pessoas em situação de rua em Bertioga, no Litoral de SP. A reportagem “seguiu” os capelães desde a compra de insumos num hipermercado da cidade, ao preparo e distribuição da alimentação, que foi realizada na noite de sábado (19).

A ação social começou às 21 horas e percorreu a Avenida Anchieta, iniciando no Centro de Bertioga e se estendendo até o Jardim Indaiá, na periferia do município. O veículo usado no trabalho é do diretor da Capelania Internacional na Baixada Santista, o capelão Valter Kazuo.

Ele e sua esposa Claudia Kazuo, que também é capelã, gastaram pouco mais de R$ 300, 00, na compra de 70 pães, uma margarina 500 g, 5 kg de leite em pó e 2 kg de achocolatado. “Hoje levaremos ‘pão com manteiga’ e achocolatado”, comenta Valter Kazuo. “Geralmente levamos sopa, mas  trabalhei até tarde e tinha de fazer algo rápido, só lanches”, explicou.

A quantia é desembolsada pelo próprio casal. Caso os interessados queiram ajudar na ação social, de forma direta ou indireta, devem falar com a Cláudia pelo (13) 99745-7873. “Toda ajuda é bem vinda”, pontua a capelã.

A Unipas aceita doações de roupas e móveis usados, que são repassados a entidades que cuidam de dependentes químicos.

Depois de preparar os lanches e achocolatado, ajudada pela neta Kemelly, a capelã, o marido, e a voluntária Vitória pegaram a estrada rumando para ação solidária. Aos poucos eles foram localizando os alvos da missão.


O casal aborda os moradores "acampados" nas calçadas
Homens e mulheres de vidas despedaçadas entregues às ruas por motivos desnecessários de opinar, sejam quais forem eles. “Antes uma decisão certa é melhor do que um julgamento errado. Pra gente é natural ajudar, são pessoas necessitadas, são seres humanos, não dá para ficar indiferente”, afirma Cláudia. “Um ser humano ajudar o outro é normal”, completa. 

Ela afirma que gosta de fazer o trabalho junto aos moradores de rua, citando fatos que marcam. “Acontece pedirem pra repetir a alimentação, porque estão há vários dias sem comer, é duro ouvir isso. Hoje estou bem, mas já vivi situações muito difíceis que nem de longe se compara a deles, mas sei o que é a fome e o quanto machuca ouvir um não”, justifica. Com a vida financeira equilibrada, ela baniu o não de seu dicionário, se dispondo a ser presente onde a palavra solidariedade é ausente.

E a noite vai indo de parada em parada pelo asfalto da avenida Anchieta. O casal de capelães já é conhecido por um número considerável dos “donos das calçadas”, pois há anos faz o trabalho social.

Pantera e Cida ajudam na divulgação da ação social

O trabalho ganha o apoio “cinematográfico” do popular Pantera e sua esposa Dona Cida, que registram a ação social por meio de vídeo. Pantera também é um adepto das causas sociais.

A recepção dos moradores de rua é boa, nascem conversas cheias de palavras esperançosas que são completadas com oração. O gesto faz a mente viajar na ideia de que ALGUÉM lá em cima esteja vendo que a humanidade não está de todo perdida, ainda existe esperança.  

Possível ajuda é enterrada, mas trabalho segue sério e sólido, e a moral erguida


Valter Kazuo - para as pessoas de boa vontade nada é impossível
Valter e Cláudia Kazuo, ajudados por outros voluntários, tiram dinheiro do próprio bolso para fazer o trabalho social. Eles também coletam doações de roupas e móveis usados, que destinam a entidades que se ocupam de recuperar dependentes químicos.

“A gente não é rico, mas de pouco em pouco conseguimos propiciar uma ajuda tímida aos necessitados, Se mais pessoas ajudarem, a corrente fica mais forte e inquebrantável”, prevê. 


Foi com esse objetivo que a Unipas pediu à Prefeitura de Bertioga para ajudar a Capelania Internacional em um projeto que visa a desproblematizar a situação dos moradores de rua.


“Em junho falei com o prefeito Marcelo Villares sobre o projeto, ele disse que chamaria outros órgãos da administração que trabalham essa tema  e depois falaria comigo para uma posição, ainda estou à espera de uma nova conversa com o prefeito”, revelou.


Ainda em junho, após a reunião de Kazuo e Vilares, um incidente “derrubou” o ânimo do prefeito. Foi neste mesmo mês que a Arena de Bertioga tombou com a força do vento. E, ao cair, ela parece ter deixado sob seus escombros metálicos a resposta que o mandatário passaria ao capelão. 


A queda do espaço de eventos “sepultou” o diálogo entre o diretor regional da Unipas e o prefeito. Indagado se espera uma possível “ressurreição” do diálogo com o mandatário, Kazuo pensou e respondeu.


“Para Deus e para as pessoas de boa vontade nada é impossível. Vou continuar aguardando o retorno das conversas com o prefeito”, concluiu o capelão.



Os capelães e voluntários se juntaram aos moradores de rua para registrar o momento de união e solidariedade em uma foto, visando mostrar para a sociedade que é útil à ela, enquanto sociedade, ajudá-la a melhorar e, também, se melhorar.

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