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Projeto “Lady Gaga” sai do papel e começa a virar realidade em Bertioga

Iniciativa da vereadora Renata Barreiro passa na 1ª votação, o que deve repetir na 2° rodada de votos, e ela é elogiada pelo trabalho


Por Aristides Barros


Vereadora (esq) e Cláudia e Valter Kazuo conversam sobre o projeto

 

O Projeto de Lei da vereadora Renata Barreiro (PL), de atenção e assistência aos fibromiálgicos teve aprovação unânime da Câmara de Bertioga, e já vai para um novo turno de votação com alta possibilidade de repetir o sucesso da primeira rodada de votos. 


A votação é em dois turnos. A primeira foi decidida na plenária de terça-feira (03), e caso seja confirmada nova votação favorável da maioria dos vereadores, o trabalho segue para o Executivo, devendo ser sancionado, ou não, pelo prefeito Marcelo Villares (União). 


O projeto traz atenção para a Fibromialgia, doença pouco divulgada e que atinge um grande número de pessoas. Muitas sequer sabem que são afetadas pela enfermidade. O “véu” sobre a doença foi descoberto pela fala da cantora Lady Gaga. 


A artista revelou que o show que faria no Brasil, em 2015, foi cancelado porque à época ela enfrentava uma forte crise de fibromialgia. A fala da popstar foi em maio deste ano, durante seu show na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que teve um público de mais de dois milhões de pessoas e foi transmitido para várias partes do mundo. 


A revelação da cantora quebrou de vez o silêncio em torno da doença; Em função disso, o trabalho da vereadora Renata Ribeiro “ganhou” o batismo de “Projeto Lady Gaga”.


Para os fibromiálgicos de Bertioga, a atuação da parlamentar traz visibilidade a eles que vivem igual a clandestinos, sem assistência alguma da área de saúde da cidade, que também é “leiga” no assunto, e por desconhecer o universo de pessoas afetadas pela enfermidade não destina um atendimento específico a elas.  


Massoterapeuta agradece a força dada pela vereadora


Cláudia na sessão de Câmara falou parcialmente sobre a doença


A massatoraterapeuta Cláudia Kazuo comemorou a vitória do projeto na Câmara. Aliás, foi com ela que a vereadora começou o trabalho aprovado por todos os 11 vereadores. “Fui só uma vez no gabinete da Renata falar que muitas pessoas na cidade sofrem com a doença, porque Bertioga não tem atendimento específico aos fibromiálgicos”, contou. 


Segundo Cláudia, que aparenta estar emocionada com a aprovação do projeto, uma das maiores dificuldades dos pacientes é o diagnóstico identificando a doença. “Muitas vezes a pessoa afetada pela fibromialgia acaba sendo tratada de outro tipo de doença, o que deixa a saúde dela mais abalada, mais comprometida”, denunciou. 


O trabalho da vereadora pode mudar esse panorama, priorizando maior atenção profissional na detecção, tratamento e maiores cuidados com as pessoas diagnosticadas com fibromialgia. Leis geralmente impõem responsabilidades de conduta e penalidades a quem infringi-las, o que gera repercussão positiva entre os cumpridores da lei.


“Ainda não tenho o formato do projeto da Renata, mas só o fato de saber que ela apresentou e foi aprovado na Câmara já é uma vitória nossa. Eu e todas as pessoas em Bertioga que têm a doença estamos muito agradecidas com esse gesto grandemente humano da vereadora”, concluiu.


A massoterapeuta fez uma varredura, pesquisando cidades e estados brasileiros que já trabalham sério a questão da fibromialgia, cuja pirâmide dos trabalhos voltados a ela estão na Lei Federal 14.705/23, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 


“São José do Rio Preto, no interior paulista, se adiantou no tema. Desde 2018, a cidade tem a Lei Municipal 12.731/2018, a lei da fibromialgia”, disse Cláudia. Por buscar um trabalho mais atencioso à doença, ela foi contatada pelo deputado estadual Bruno Ganem (PODE) que trabalha para melhor o atendimento aos fibromiálgicos. 


“É bom saber que tem muitas pessoas preocupadas. E na nossa cidade, a vereadora Renata Barreiro mostrou preocupação e provou com o seu trabalho que está com a gente”, felicitou a massoterapeuta. 


A doença 


A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor muscular e articular generalizada, fadiga, problemas de sono e sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais, cefaleia, problemas de concentração e memória, ansiedade e depressão. Ela afeta cerca de 2% a 4% da população mundial, e é mais comum em mulheres.


O pouco conhecimento da doença se apresenta até pela falta de maior divulgação do Março Roxo, que é o mês de conscientização sobre a fibromialgia. A pouca publicidade aumenta a possibilidade de muitas pessoas sofrerem com a doença sem saber que é a fibromialgia.


A causa exata da fibromialgia ainda não é conhecida, mas acredita-se que seja relacionada a uma combinação de fatores, entre eles: genética, alterações no sistema nervoso central, estresse crônico, trauma físico ou emocional e infecções.

 

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