sábado, 24 de fevereiro de 2024

Baixada Santista conta 54 mortos pela PM em menos de 2 meses e números aumentam

As ações violentas do governo de SP começaram no ano passado após a morte de um policial da Rota, depois dele morreram mais policiais e mais dezenas de civis 


Prrotesto contra a violência policial que atinge cada um de forma diferente - Foto: Ailton Martins/Frequência Caiçara  


O número de mortes na Baixada Santista decorrentes da ação violenta da Polícia Militar chegou a 54 entre 1º de janeiro e 20 de fevereiro de 2024. É o quádruplo de 2023 (quando houve 13 mortes) e o maior número para o período desde 2017. 


O levantamento é do Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial) do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo).


Numericamente, a Baixada Santista, cuja população corresponde a 4% da população paulista, soma 45% das mortes pela PM em 2024. Nos anos anteriores, em média, batia a casa de 13%. Já chega a 31 o número de civis mortos em supostos confrontos com a PM na região litorânea. 


Para a imprensa, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) diz que "as forças de segurança do Estado são instituições legalistas e atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional" e que 31 mortes cometidas por policiais militares estão dentro da Operação Verão. 


O secretário de Segurança Pública do Estado, é Guilherme Muraro Derrite. Ele é tenente coronel da PM, deputado federal pelo PL, licenciado do cargo parlamentar, e ex-integrante  da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). 


Na primeira operação, em 2023, iniciada logo após a morte do PM da Rota, 28 pessoas foram mortas em 40 dias. A Operação Escudo é um protocolo adotado pela SSP sempre que um policial militar é morto ou ferido.


Os tentáculos da Justiça em volta da PM  


O MP-SP criou um grupo com quatro promotores para acompanhar as operações policiais na Baixada Santista. Os trabalhos têm duração de seis meses, e podem ser prorrogados, para investigar todas as mortes da Operação Verão a partir do assassinato do PM Cosmo, em 2 de fevereiro.


A DPE-SP (Defensoria Pública do Estado de São Paulo) e outras entidades apelaram à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)  pelo fim da operação, e o uso obrigatório de câmeras corporais para nos PMs. .

 

Entidades de defesa de direitos humanos também criticaram a Operação Escudo, de 2023. O (CNDH) Conselho Nacional de Direitos Humanos colheu relatos de violações dos direitos humanos durante a operação de 2023, e a ONG (Organização Não Governamental) Human Rights Watch (HRW) viu falhas na investigação.


Ainda em dezembro do ano passado,  o MP-SP encaminhou ao Judiciário denúncia contra dois policiais. A Justiça aceitou a denúncia e tornou réus os dois PMs. Eles devem  ser processados pela pela morte de um homem em uma comunidade do Guarujá, durante a “antiga” Operação Escudo .


A ação atual é chamada de Operação Verão, e ocorre desde o final de 2023. O Governo do Estado nomeou as primeiras fases de Operação Escudo e, depois, trocou os nomes. A única coisa que não mudou e continua é a matança. 


Em 26 de janeiro de 2024, já na Operação Verão outro PM que integrava essa nova ação foi morto na Baixada Santista quando retornava para sua casa. Entre os dias 26 e 31, espaço de seis dias da morte do policial, 10 pessoas foram mortas por policiais militares, elevando para 20 o número de mortes no mês de janeiro.


Em fevereiro, mais dois policiais militares foram mortos, um deles era da Rota. Desde então, 34 pessoas morreram em ações da PM nas cidades da Baixada Santista.


Posicionamento da SSP


"As forças de segurança do Estado são instituições legalistas e atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional. Desde o início da Operação Verão na Baixada Santista, iniciativa voltada ao combate à criminalidade e a garantia da segurança da população, 706 criminosos foram presos, entre eles peças-chave para o crime organizado, como Karen Tanaka Mori, conhecida como “Japa” e apontada como a responsável por lavar dinheiro de uma facção criminosa, e Caio Vinicius, apelidado de “Nego Boy” e acusado de liderar o tráfico de drogas na comunidade onde o soldado Cosmo foi morto. Além disso, mais de meia tonelada de drogas e 81 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram retirados das ruas, causando um impacto bilionário aos criminosos locais. 

 

A consequência direta dessa intensificação do combate ao crime organizado na região foram os ataques registrados contra as forças de segurança – três policiais foram mortos nas últimas semanas – e os confrontos durante as abordagens e operações preventivas e ostensivas. No âmbito da operação Verão, 31 óbitos foram registrados nessas condições e todos eles são rigorosamente investigados pela Polícia Civil com o acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. As corregedorias das instituições também estão à disposição para formalizar e apurar toda e qualquer denúncia contra agentes públicos, reafirmando o compromisso com a legalidade, os direitos humanos e a transparência."


Fonte - G1


A operação policial violenta é destaque nas mídias


Programa do canal ICL Notícias - youtube.com/@iclnoticias




sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Conversas sobre a diferença entre fazer jornal e fazer jornalismo

Sobre jornais nos estilos mau caráter, bandido e jagunço, e o de menor potencial ofensivo onde notícia "vira" mercadoria de quitanda


Léo Alves e a sua companheira Neiva Monteiro Alves 


Tenho muitos bons amigos e boas amigas jornalistas. Todos muito bons no que fazem, e que já não fazem mais. Uns e umas pararam, e têm colegas já se foram. 


Aprendi muito com eles e elas. Confesso que vivi o aprendizado, que pratico e repasso, “guardar para si o que aprendeu mostra que não aprendeu nada. Aprender e partilhar, ensinar aprendendo mais. Os colegas eram mestres, morreram e não estão mortos, ainda vivem em mim. Ideias e pensamento não se matam, tentam e elas não morrem. 


Um dos meus mais ilustres fantasmas é o jornalista Léo Alves. Ele e as suas “aulas” sobre jornais “nos estilos mau caráter, bandido e jagunço, e o de menor potencial ofensivo onde notícia "vira" mercadoria de quitanda. O dono: "hoje os produtos estão bons, fresquinhos e com ótima aparência". O cliente vê, olha, re-olha, vira e revira, escolhe pega e paga. E lá vai a notícia...


No jagunço, o cliente tem desafetos, e falta coragem de encará-los. Mas, tem grana para pagar o serviço sujo, e candidatos à vaga sempre aparecem. A ordem: pega e espanca, mas não mata, faz o diabo com o cabra. Grana na mão e missão cumprida ao pé da letra.


“Infelizmente no nosso meio tem muita gente que arruína a profissão. Muitos não têm a menor noção do que é jornalismo, mal sabem se sapo escreve com “s” ou “c” cedilha. Outros têm noção e diploma, o que os tornam canalhas catedráticos em nível superior”, 


Esse era o Léo Alves casca grossa, curto e grosso na verborragia. Uma pessoa excelente e também excelente jornalista (não se dava à "babaquices discursórias" do tipo jornalista com "j" maiúsculo ou minúsculo). “O que importa é o jornalista ser ético, o resto é "pom-pom", fricote, não-me-toque e outras coisas não necessárias à profissão”. 


E com isso volto ao ponto de partida. Tenho muitos bons amigos e boas amigas jornalistas. Todos muito bons no que fazem, e que já não fazem mais. Uns e umas pararam, e têm colegas que já se foram. E eu morreria de vergonha de envergonhá-los. 

 

O jornalista Léo Alves, de 57 anos, faleceu em 31 de outubro de 2016.


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

ELEIÇÕES 2024 - Matheus Rodrigues lidera a preferência dos bertioguenses e ganha a “preferência” dos adversários

Preferido do eleitor, ele também é o alvo preferido de outras facções políticas que teriam começado a buscar formas de desacreditá-lo junto à população de Bertioga


Por Walmir Barros



Na mira - O vereador está no foco das atenções politicas o que traz benefícios e preocupações


O vereador Matheus Rodrigues (PSD), pré-candidato a prefeito de Bertioga, no Litoral de São Paulo, vem liderando as pesquisas de intenções de voto na cidade desde meados do ano passado, quando elas começaram a ser realizadas e divulgadas pelas mídias. 
As pesquisas deixam o parlamentar em posição privilegiada. Nos trabalhos de opinião pública os bertioguenses, além de o apontarem como o melhor vereador de Bertioga, o "elegem" como o melhor político para ser o próximo prefeito da cidade. 
A subida crescente na preferência do eleitorado é discretamente comemorada por ele e seu grupo político, e também traz preocupações.

Preferido pelo eleitor, ele teria se tornado o alvo preferido de outras facções políticas, que teriam começado a buscar formas de desacreditar o vereador, evidenciando objetivos claros de enfraquecer a sua pré-candidatura. 
O intento não está funcionando. É que por meio de suas redes sociais o pré-candidato tem reagido aos golpes "na virilha", revelando as supostas tramas. A reação tem gerado solidariedade a ele, resultando no aumento de pessoas engrossando apoio à sua pré-candidatura.  
O blogue Efeito Letal entrevistou o parlamentar para saber como está sendo “combatida” essa luta, e quais as “armas” ele está usando para revidar os supostos ataques.    

EL - Existe algum indício de que a sua pré-candidatura a prefeito está incomodando seus possíveis futuros adversários nas eleições deste ano?      

Matheus Rodrigues - Fico feliz em poder responder sobre esse assunto e poder passar para os meus amigos, para os eleitores e público geral da nossa cidade, o que sinto. Acho que fica cada vez mais claro a questão de que certos grupos políticos não esperavam que seguiríamos adiante com nossas ideias e planejamentos para o ano da eleição. 

Estou no início do oitavo ano como vereador, e até final do ano passado, não havia esse tipo de incômodo da parte de ninguém. Porém, foi somente eu colocar meu nome a disposição para uma pré candidatura a prefeito e parece que alguns poucos não aceitam isso.

Eleição é algo natural que deve e vai acontecer sempre a cada quatro anos, e se faz com disputa saudável no meu ponto de vista, no âmbito de ideias, projetos para a cidade, histórico da pessoa, vida pregressa, conhecimento daquilo que almeja e pretende executar se tiver êxito.

Mas, sinto que alguns não aceitam ter adversários, e quando os têm misturam as coisas. A população precisa de opções, não se vence uma eleição municipal por aclamação, e Bertioga tem como dar opções para o eleitor escolher aquele(a) que achar mais preparado(a) para assumir em 2025.

Mas, o que não pode acontecer, e tenho percebido que acontece, é a questão de alguns transformarem a palavra adversário político em inimigo. Não sou inimigo de ninguém. Todos têm o direito de escolher seu futuro político e indicar quem quiser como pré-candidato(a) ou candidato(a), assim como também tenho o meu direito de trilhar o caminho que desejo, e deixar com que Deus e a população escolha quem deve “guiar” a cidade nos próximos quatro anos. 

EL - Você se enquadra no perfil de político que não gosta da imprensa, já se desentendeu ou "brigou" com algum dono de jornal ou com algum jornalista?  

Matheus Rodrigues - De maneira alguma. Respeito muito o trabalho da imprensa, seja ela de fora ou principalmente a local. Inclusive muitos veículos de comunicação da imprensa local já reportaram inúmeras matérias falando bem de mim, dos meus trabalhos nesses dois mandatos, e isso eu tenho guardado e tem também, com certeza, esses registros nas redes sociais desses veículos de comunicação. Todos os donos de jornais e jornalistas, alguns mais velhos que eu, me conhecem desde criança, quando acompanhava meu pai na Câmara Municipal.

Porém, parece que de pouco tempo pra cá, algo fez com que alguns deles mudassem a forma de pensar e agir comigo, e até com minha família, e isso só o tempo irá dizer o porquê. Mas, ainda assim, sigo respeitando a todos eles e tratando com a mesma educação que sempre tratei. 

EL - Por que, ao menos duas vezes, você usou suas redes sociais para rebater informações veiculadas na imprensa?

Matheus Rodrigues - Porque creio que o papel da imprensa é reportar a realidade daquilo que vê, ou daquela informação que busca, para levar ao leitor, internauta, aquele munícipe, a realidade dos fatos. Do final do ano passado pra cá, mais precisamente quando começamos a reforçar nossa pré-candidatura a prefeito, essas coisas não têm acontecido. 

Primeiro, um jornal com sede no Alto Tietê, que não tinha periodicidade em Bertioga (algo que comprovei conversando com proprietárias de bancas de jornal em nossa cidade) passou a veicular matérias ao final de 2023, de assuntos totalmente fora do âmbito político, de quando eu estava, em 2019, no cargo de comitê gestor no Santos Futebol Clube (cargo não remunerado e a convite do presidente do clube, e que não exigia minha presença fixa no clube). Esse jornal colocou em sua primeira matéria que havia tentado contato comigo, o que era mentira. Nunca me procuraram por qualquer forma de comunicação. 

Em sua última matéria, há cerca de um mês, o repórter deste jornal me ligou e já com orientações do meu corpo jurídico eu gravei a conversa. No início da mesma eu avisei o repórter que estava gravando para ciência dele, e que utilizaria a gravação, caso aquela entrevista não fosse colocada da maneira que eu estava passando. 

Enfim, não deu outra, a matéria deturpou totalmente o que eu havia falado. E o que eu tenho de mais valioso, aprendi com meu pai e meu avô, é a minha palavra e a credibilidade que conquistei sempre prezando ser o mais transparente possível. 

Consultei o meu jurídico que me disse que legalmente eu poderia divulgar o áudio da entrevista, e assim o fiz, mostrei para a população o que realmente foi falado na entrevista e que eu estou certo quando digo ser perseguição política. 

Na segunda vez, bem recente, foi com um jornal local que por vezes já divulgou matérias minhas de forma positiva, que por muitas vezes foi nas imobiliárias da minha família pedir para anunciarmos. 

Uma pessoa que se apresentou como sendo da redação deste jornal me chamou via WhatsApp falando que por serem “imparciais” queriam ouvir o meu lado referente ao governo municipal ter citado meu nome como pré-candidato a prefeito. 

Conversamos, e no início das minhas respostas eu avisei que printaria aquelas mensagens para minha segurança e na questão de não haver publicações fora daquilo que eu estava respondendo. E, adivinhem, a matéria saiu “falando” coisas ao contrário do que eu havia dito, faltou coisas que havíamos falado, e ainda coisas ao contrário do que havia respondido quando perguntaram do meu pai e de outras coisas. 

Aí eu pergunto a vocês: e se eu não tivesse gravado a ligação do jornal de fora da cidade para comprovar? Se eu não tivesse printado a entrevista do jornal local? 

Há uma clara intenção de prejudicar a minha imagem, minha história e de minha família, construída há décadas na cidade e com muita honestidade e respeito, simplesmente por me colocar como pré-candidato a prefeito, e isso vou rebater e mostrar a realidade sempre. Usar minhas redes sociais para comprovação e respeito aos meus amigos. 

EL - A obrigação dos jornais, enquanto imprensa, é informar e não desinformar, para isso ela existe: responsabilidade com a notícia e com o leitor, ser imparcial. Você acredita que a imprensa deva ser amiga de alguém? 

Matheus Rodrigues - Moramos em uma cidade que, mesmo com o desenvolvimento e crescimento habitacional, muitas pessoas se conhecem de longa data, são amigos ou conhecidos, isso é natural, e não julgo o dono do veículo de comunicação A, B ou C ser amigo de alguém, tem todo o direito. 

Mas é visível que, estes mesmos da imprensa que citei e que já falaram mal do governo municipal ou de algum outro agente político (tenho isso em impresso e digital), agora nota-se de certo tempo pra cá, que só falam da administração e de pessoas que eles pedem, e ok, na minha opinião, está dentro da legalidade. 

Só não queiram criar fake News ou prejudicar o nosso trabalho porque também sei dos meus direitos e sei ver o Boletim Oficial e seus vínculos oficiais ou não. E vou sempre dar satisfação aquela que é a mais importante para mim, a população. 

EL - A imprensa divulgou que no ano passado Bertioga registrou alta taxa de mortalidade infantil, alta nos índices de violência (homicídios, furtos e roubos) e outras situações graves. A sua preocupação atual é ter respostas para possíveis soluções desses problemas, ou responder questões que incomodam seus adversários, enquanto a população sofre tudo isso sem ver medidas eficazes para que ela tenha, ao menos, a sensação de que não está desamparada?

Matheus Rodrigues - Excelente pergunta. Vocês podem reparar que tirando esses casos que somente procurei mostrar a real entrevista, meu dia a dia, meus perfis em redes sociais, só mostram meu trabalho, minha rotina e minhas cobranças de melhorias para a população e nossa cidade. 

Eu não posso perder tempo e nem perco tentando destruir a imagem de alguém ou falar mal, pelo contrário, meu tempo é e deve ser cada vez mais usado para honrar meu mandato enquanto vereador, e para apresentar projetos e ideias para o futuro. 

Aprendi ainda adolescente com o meu pai que, quando o munícipe, o eleitor, te der tempo para conversar, tenho de utilizar esse tempo para falar do que já fizemos, do que podemos fazer e ouvir as demandas principalmente, e não para falar mal de outro, pois não ganho nada com isso e não me ajuda a resolver os problemas. 

Meu tempo é diluído em visitas a bairros, atendimento no gabinete e em meu escritório, reuniões que por vezes termino fim de noite, visitas a deputados em busca de recursos e auxílio para Bertioga, e criando nosso planejamento deste ano ouvindo o Bertioguense. 

Bloquear seguidores em redes sociais, ocultar comentários, virar a cara para pessoas, isso não é papel de quem está na vida pública. Temos que respeitar uns aos outros, darmos as mãos naquilo que podemos fazer para entregar resultados ao povo, e acharmos alternativas para esses problemas que mais atingem o dia a dia. 

Eleição tem período certo e nesse período que devem se iniciar os debates, até lá seguirei fazendo meu papel de vereador, com o máximo de transparência e acima de tudo respeito pela cidade que me criou desde bebê e me deu todos os amigos e tudo que tenho até aqui. 

Agradeço demais a todos pelo carinho e apoio que tenho recebido nas ruas, por mensagens de WhatsApp e através das minhas redes sociais, isso só me dá mais ânimo e paixão para seguir com essa política limpa.  


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Defensoria Pública pede à ONU o fim da Operação Escudo em SP

Órgão pede garantia de perícia e investigação independente, célere e imparcial sobre as mortes decorrentes da operação e uso obrigatório de câmeras corporais

Baixada Santista vive dias tensos e sangrentos desde o início da operação policial  (Foto - Divulgação/Rota)


A Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE-SP), por meio de seu Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH), juntamente ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, Conectas Direitos Humanos e Instituto Vladimir Herzog, enviou um documento para a Organização das Nações Unidas (ONU), à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Alto Comissário para Direitos Humanos na América do Sul. 


No documento, além do pedido de que a ONU atue para que aconteça o fim da violenta ação policial, também constam informações e pedidos a respeito da intitulada Operação Escudo que já fez dezenas de mortos nas cidades da Baixada Santista, em supostos confrontos. 


Entre os apelos, é pedido que seja demandado ao Estado brasileiro que cesse imediatamente a operação, evitando a escalada da violência, e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais por agentes de segurança pública.  


A Defensoria e demais autores do documento apresentam um histórico da denominada Operação Escudo, deflagrada no ano passado e retomada em 2024, ressaltando a morte de ao menos 9 pessoas entre 20/01 e 09/02. O NCDH obteve acesso a boletins de ocorrência referentes a 7 vítimas.  


Os autores pedem, entre outras solicitações, que os órgãos internacionais questionem o Estado brasileiro sobre os eventos ocorridos durante a operação, especialmente no quanto às mortes ocorridas em Guarujá, São Vicente e Santos, além da devida apuração e adoção de medidas administrativas quanto aos envolvidos.  


Ao todo, entre os dias 26 de janeiro e 14 de fevereiro, já morreram 21 pessoas em supostos confrontos com a PM nas cidades da Baixada Santista. 


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Homem com problemas mentais agride a mãe e esfaqueia o irmão


Caso aconteceu no bairro de Boracéia e a família preocupada com a situação pede ajuda da Secretaria de Saúde de Bertioga


Familiares levam o homem para o hospital que é medicado e logo liberado 

Um caso ocorrido no bairro de Boracéia, em Bertioga - no Litoral de São Paulo -, nesta quinta-feira (7) deu conta de que um homem com distúrbios mentais agrediu a mãe e esfaqueou o próprio.


A família conta ainda que o parente ameaça os moradores do bairro quando sai às ruas.  De acordo com a família, a área de saúde de Bertioga é ciente da situação, pois já atendeu o homem em outras ocasiões. 


No entanto, os familiares entendem que vem sendo um atendimento paliativo (internação e rápida liberação). A família defende um tratamento efetivo, e teme uma tragédia mais grave caso não seja atendida. 


A reportagem ouviu a Secretaria de Saúde de Bertioga sobre o tema, e o órgão respondeu que. “A Secretaria reforça que a família é assistida e acompanhada no CAPS e estão com suas consultas e encaminhamentos todos de acordo com os Planos Terapêuticos Singulares, de cada um.


Quanto às medicações, tanto as injetáveis e via oral também estão em dia. A genitora sempre que chamada nos atende de pronto (sic), e quando necessita de atendimento, procura a Secretaria”.




Reportagem datada de 08/12/23



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Justiça pede afastamento de procurador de Bertioga

“Os possíveis ilícitos verificados são graves e consubstanciam séria violação do interesse público, com repercussão para o cofre municipal”

Sede da prefeitura da cidade que também arrolada no processo (Foto: Dirceu Mathias)


O juiz da 2ª Vara de Bertioga, Matheus Amstalden Valarini, concedeu liminar determinando o afastamento de Roberto Esteves Martins Novaes do cargo de procurador-geral do Município até a decisão final do processo.


A decisão inclui a suspensão do pagamento das verbas remuneratórias correspondentes a essa função. Roberto Novaes poderá seguir atuando como agente público, com as atribuições compatíveis com seu cargo.


A ação popular contra a Prefeitura tem como titular o advogado Eduardo Conde da Silva Júnior. A ação aponta uma série de supostas irregularidades na atuação de Novaes à frente do órgão que causaram dano ao erário.


Entre essas irregularidades estariam a extinção de processos por abandono e falta de regularização dos sistemas cadastrais da Dívida Ativa.


Também foram apontadas diversas impropriedades no aforamento e na tramitação de execuções fiscais de autoria da Fazenda Municipal.


Segundo informações do processo, Bertioga perdeu créditos tributários em decorrência da prescrição consumada a partir de irregularidades na propositura e no processamento de execuções fiscais.


Conforme o juiz - "Há fundada suspeita de que o réu Roberto ficou inerte frente às falhas administrativas na cobrança de dívidas fiscais e, pior, atuou de maneira inadequada na lida das questões - até mesmo contrária ao objetivo de promover rápidas mudanças para eliminação/minimização de falhas e rigorosa apuração de responsabilidades. (...) Os possíveis ilícitos verificados são graves e consubstanciam séria violação do interesse público, com repercussão para o cofre municipal".


A Prefeitura de Bertioga antecipou que vai recorrer e destacou. "Cumpre ressaltar que essa decisão não é uma sentença judicial, mas sim uma decisão interlocutória que concedeu uma tutela de caráter provisório inaudita altera pars, ou seja, uma determinação sem a oitiva da outra parte envolvida no processo judicial", disse a Administração Municipal.



 

Reportagem datada de 28/11/23