Pular para o conteúdo principal

Prefeito “empurra” funcionalismo mogiano para a greve

Irredutível em atender a reivindicação dos servidores, prefeito tende a usar a lei eleitoral como escudo contra pedidos da categoria

Por Walmir Barros

Servidores podem decidir pela paralização diante do insucesso com a prefeitura


Os servidores públicos municipais de Mogi das Cruzes (SP) rejeitaram durante assembleia, realizada quinta-feira (21) no Sindicato da categoria, a proposta da prefeitura que quer conceder apenas 3,15% de reajuste salarial.


Com a nova rejeição da proposta, o funcionalismo mogiano que está há 15 dias em estado de greve poderá consumar o movimento, deflagrando a greve.  


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Municipal de Mogi das Cruzes e Guararema (Sintap), Paulo Ricardo Alves Ramalho, 53 anos, o Paulinho, disse que o Sindicato vai apoiar qualquer decisão que a categoria tomar.  


O Sintap vem realizando as conversações com a prefeitura, e a posição da entidade de classe nesse sentido é clara. “Além de 3,15% que os servidores têm garantido pelo artigo 37, inciso X, foi sugerido dividir em duas vezes os 5,64% que a categoria tem de perdas, em razão da lei complementar 173. Pagando 3,5% agora e 2,14% em janeiro.  Iniciar a transposição de regime aos mais de 1000 servidores regidos pela CLT”. Os servidores também pedem extensão de benefícios, entre eles o vale-alimentação, fracionamento do vale-refeição e reposição inflacionária.


De acordo com Paulinho, o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha, vai se escudar na lei eleitoral para agir contra a categoria. O dirigente sindical explicou que a partir do dia 5 de abril, a lei eleitoral determina que gestores públicos ficam impedidos de lançar benefícios à categoria além da reposição salarial.


Caio Cunha estaria sendo orientado por seus assessores para "esticar" as negociações até essa data para, depois dela, dar o que seria o tiro de misericórdia na pretensão dos servidores.   


Prefeitura é derrotada nos votos, mas quem perde são os servidores 


Um total de 395 servidores participaram da votação que foi secreta, e onde houve nova derrubada da proposta da prefeitura. Foram 330 votos contra e 65 votos a favor.


A prefeitura sofreu uma derrota esmagadora, mas quem perdeu foi a categoria que não teve a sua reivindicação atendida.  


O Sintap vem conversando por meio de aplicativo de mensagem, com os servidores que devem decidir pela realização, ou não, de nova assembleia  ainda nesta segunda-feira (25) para definir se o sai do estado de greve para a deflagração da greve. 


No estado de greve os serviços públicos funcionam com os servidores indo aos seus postos de trabalho e se revisando em participação de passeatas, assembleias de trabalhadores e outros tipos de manifestação. Numa possível deflagração de greve quase todos os funcionários aderem à paralisação total das atividades. 


“Vamos apoiar qualquer decisão da categoria”, reiterou o dirigente sindical. “A paralisação não seria viável principalmente para a sociedade mogiana. Porém, caso não tenha diálogo, o prefeito terá que conviver com o movimento”, finalizou o dirigente sindical. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Expulsos pelo DER e abandonados pela Prefeitura de Bertioga

Famílias que vivem em Bertioga muito antes dela ser cidade são despejadas sem o menor respeito aos caiçaras   Por Aristide Barros Moradores estão à espera de soluções Ao menos cinco famílias, totalizando cerca de 13 pessoas - entre elas homens, mulheres, crianças e idosos, alguns deles com problemas de saúde em razão da idade avançada - lutam pelo direito a ter onde morar.  A luta é contra a Prefeitura de Bertioga e começou quando o Departamento de Estrada de Rodagem de São Paulo (DER) via reintegração de posse desabrigou as famílias que moravam (pasmem) embaixo de uma ponte na Rodovia Rio-Santos, que passa sobre o Rio Guaratuba.  O órgão estatal as tirou do local no dia 16 de setembro deste ano e a administração municipal bertioguense “dorme tranquila” sem dar nenhuma resposta sobre onde elas vão poder morar.  Diante da impotência das duas esferas de governo - estado e município - em oferecer o que tiraram delas: um local digno para viver, tão logo foram despej...

Sancler: “primeiro o vereador tem de se fiscalizar para depois fiscalizar o prefeito”

O pré-candidato defende um Legislativo atento às próprias ações para ter condições morais de exercer o poder fiscalizador sobre o Executivo Por Aristides Barros Para Sancler ações da Câmara "espelham" a prefeitura Pessoas honestas cobram honestidade. Esse é o entendimento do pré-candidato a vereador Benedito Sancler Teles dos Santos (PT), o Sancler, sobre o que ele acredita ser determinante para uma relação saudável entre Legislativo e Executivo, com a positividade dela gerando bons trabalhos para a cidade.  “Bertioga e a sua população deveriam ser os maiores beneficiados pelas ações da Câmara e da prefeitura, ser o alvo principal de tudo o que for pretendido pelos vereadores e prefeito. Não tem sido assim, a cidade carece de políticas públicas e a falta delas penaliza ainda mais as pessoas e as famílias em condições de vulnerabilidade”, afirma o petista.  “Então, a gente precisa construir políticas públicas, ouvir o povo, levar as necessidades dele ao prefeito, que é a pesso...

Bertioga não tem uma boa educação

Educação não se mede pelo IDEB  Por Claudemir Belintane (*) Professor universitário faz alerta para comunidade estudantil - Foto: Tânia Rego  / Agência Brasil Nas eleições municipais deste ano, muitos prefeitos afirmavam que em suas gestões a educação teria avançado bastante e citavam o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Município, que teria alcançado ou superado a meta prevista. Infelizmente o povo e às vezes até mesmo educadores não entendem que o IDEB é um índice geral muito precário e que não serve para indicar avanços qualitativos no panorama nacional, estadual ou regional da educação. Além de não servir como parâmetro e avanços nem em Língua Portuguesa, nem em Matemática, o IDEB é também muito fácil de ser fraudado ou mesmo manipulado. Então, como nós, cidadãos, podemos saber se uma rede escolar ou a educação de um município vai bem? O teste é simples e objetivo, você mesmo pode fazer. Vamos lá!? Tomemos como exemplo o município de Bertioga e vejamos ...