quinta-feira, 14 de março de 2024

Greve dos professores da rede municipal entra no 7º dia, em SP

Paralisação da categoria foi em resposta à proposta “indecente” feita pelo prefeito Ricardo Nunes  

Walmir Barros



Professores durante manifestação em frende à prefeitura 

A greve dos professores da rede municipal de ensino de São Paulo já dura uma semana. Deflagrada na sexta-feira (08/03), o movimento grevista eclodiu após a categoria não aceitar a proposta do prefeito Ricardo Nunes (MDB) de querer conceder um reajuste salarial de 2,16%.

 

Os professores reivindicam a incorporação de 39% em todos os vencimentos, tanto de trabalhadores ativos ou pensionistas. A proposta do prefeito foi rebatida pelos professores entrando em estado de greve por tempo indeterminado. 


Os sindicatos Sinpeem, Sinesp e Sedin estão à frente da luta dos educadores da rede municipal de ensino. A reportagem falou com Lucas Simabukulo, 41 anos, diretor do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem).


De acordo com ele, além da incorporação de 39% a categoria exige melhores condições de trabalho com carga horária que não leve os professores à exaustão, e para isso, pontua o sindicalista, deve ocorrer a chamada de professores, pois o quadro está muito defasado. 


Outras demandas são o fim do confisco previdenciário, contra a política salarial por subsídio, a favor do aumento dos valores dos pisos de docentes e profissionais da gestão e quadro de apoio das escolas, além de melhores condições gerais de trabalho.


Conforme o dirigente sindical, na próxima terça-feira (19) uma nova proposta de reajuste   será levada para a Câmara Municipal de São Paulo e se não houver alteração, e o prefeito insistir no reajuste de 2,16%, então a greve dos professores vai continuar.


Sindicalistas chamam a categoria para a conversa com a administração paulistana


DIA DAS MULHERES - "O simbolismo do 8 de Março, escolhido para ser a data de deflagração da greve foi em razão da grande maioria do magistério ser formada por trabalhadoras da educação, simplificou Simabukulo. 


Indagado como a greve está sendo vista pela comunidade, ele disse que o Sinpeem vai às escolas conversar com a comunidade (pais e mães) de alunos para explicar os motivos da paralisação. 


“A comunidade entende que melhorando as nossas condições de trabalho dos professores também será melhorado a forma de trabalhar o ensino de seus filhos, não que os professores não façam isso. Mas, fazem à base do sacrifício e muitos ficam com a saúde debilitada, abalada pela falta de condições de salário compatível ao trabalho, falta de mais professores na rede e trabalho acumulado”. 


Perguntado se a PM e a GCM têm agido de forma truculenta com os grevistas, ele revelou que ainda não foi registrado nenhum confronto. No entanto admitiu, que está havendo intimidações com as forças de segurança chamando os Sindicatos para reuniões e “pedindo” que não sejam feitos piquetes e nem passeatas. “Nós achamos estranho porque nunca nos fizeram esses pedidos em outras paralisações que realizamos”, finalizou.    


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