O Estado acatou decisão judicial determinando que a continuidade do tratamento médico da criança seja em casa
Por Aristides Barros e Nathan Neves
A menina de cinco anos de idade que é neta da ajudante geral Valdira Gomes de Oliveira, 43 anos, e filha da estudante Marcielly Tauani Oliveira da Silva, 21 anos, está de volta ao lar. E no seu retorno, as três gerações voltam a “respirar” liberdade.
O drama familiar aconteceu na tarde de sexta-feira (18) com a criança voltando para sua casa no Jardim Albatroz 2, em Bertioga, depois de ficar internada durante dois anos na Santa Casa de Santos.
Ela já tinha recebido alta médica há um ano, mas pelo fato da Prefeitura de Bertioga vir se opondo a cumprir uma ordem judicial, a permanência da menina em Santos foi se prolongando.
A avó não conteve a emoção de ver a neta retornando ao lar e passou a chorar copiosamente, a mãe da menina que ficou ao lado da filha nos dois anos que se seguiram a internação também não conteve as lágrimas.
Ter de volta uma vida normal, voltar com a criança para casa era tudo o que avó e a filha mais queriam. “Agora eu estou feliz”, disse a mãe. “Graças a Deus tudo terminou bem”, falou.
A irmã Franscielly, o irmão Anderson e o aposentado Elvis, que é o companheiro de Valdira, acompanharam a chegada da menina. Embora mais contidos, todos eles traziam no semblante a emoção de ter a família novamente unida.
Abraçada à filha, a mâe chora copiosamente
O Estado autorizou a contratação da empresa Help Lar Serviços Hospitalares Ltda, no valor total de R$ 537.432,00 para prestação de serviço especializado em internação domiciliar, com a disponibilização de mão de obra qualificada e equipamentos em cumprimento a ação judicial. O trabalho foi contratado pelo prazo de 12 meses.
Já a Prefeitura de Bertioga é obrigada, judicialmente, a fornecer os insumos (todo material necessário, entre eles medicação) para que a paciente receba tratamento idêntico ao que teve, enquanto permaneceu internada na instituição de saúde santista.
O Hospital Municipal de Bertioga teria sido o pivô da internação da menina que ao ser atendida no local teve a saúde agravada o que motivou a sua transferência para Santos.
Nesse ínterim, a prefeitura bertioguense “colaborou” para a longa permanência da menina na unidade de saúde daquela cidade, ao desobedecer uma decisão judicial determinando a administração municipal a fornecer o home care à paciente.
Leia em reportagem em Mãe, filha e neta lutam contra a Prefeitura de Bertioga para ter de volta a liberdade
Ao final da batalha jurídica, a advogada Francisca Maria da Costa Santos, que defendeu a causa da família da menina, foi perguntada sobre a sensação de lutar contra os poderosos. “O bom é vencer, eles têm a máquina e nós temos a Justiça”, resumiu numa alusão ao embate com a prefeitura bertioguense.
A profissional forense antecipou que vai continuar atenta ao caso para eventuais ações em favor da família quando for necessária a sua participação destacando que a luta continua e ela ficará de prontidão para fazer valer a Justiça.
"Ainda têm umas situações enfrentadas pela família, que sofreu danos morais e materiais nesse tempo que precisou fazer um verdadeiro malabarismo financeiro para ficar perto da criança, e também para trazê-la de volta. Vamos trabalhar para tentar que ela também seja ressarcida por esses transtornos sofridos”, concluiu a advogada.
A emoção pela chegada da menina ocasionou uma explosão de sentimentos
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